Definitivamente aquilo não era amor, era apenas a ausência do frio que tomava conta de seu corpo toda vez que tinha ao seu lado o corpo de um outro alguém.
Laura descobriu essa terrivel verdade quando, no meio da noite, levantou para ir até o banheiro. Amaldiçoou aquela corrente de ar ingrata que tinha a coragem de lhe trazer a verdade aquela hora da noite, em meio a sua lua de mel.
Correu ao banheiro e, mesmo sentindo frio, permaneceu sentada olhando para o chão como quem procura uma saída por entre os espaços no chão. Tudo o que conseguiu com isso foi ficar com mais frio e com uma pitada de pânico em sua mente.
- O que fiz da minha vida? O que devo fazer agora que sei?
A exaustão do dia lhe tomava o corpo e a necessidade de voltar para cama e se aquecer era grande, por isso, mesmo sem respostas para suas questões, ela voltou para o quarto. Quando estava se preparando para deitar, Laura sentiu uma dor de cabeça tão grande que tudo o que pode fazer foi gritar e logo em seguida desmaiou.
Acordou sentindo frio, num quarto de hospital, olhou para o teto e perguntou:
- Onde estou?
- Que bom que você acordou, meu amor.
Confusa, a mulher olhou para o homem e perguntou:
- Quem sou eu?
Ao ouvir tal pergunta, tudo o que seu parceiro pode fazer foi sentar ao seu lado, olhar ela nos olhos e chorar. Alguma coisa naquele olhar lhe deu segurança, por isso Laura sorriu e parou de perguntar, apenas enxugou as lágrimas de seu marido e disse:
- Me abraça.
- Claro, Laura
E foi assim que pela primeira vez na vida, ela realmente sentiu em si o amor.
Um comentário:
Comecei a ler angustiada, depois senti a certeza da personagem sobre sua vida, e então sua dor... E para fechar com um gesto simples como o abraço sincero do amor.
Às vezes nós complicamos tanta coisa, que talvez só apagando se poderia aproveitar o momento.
Gostei do seu conto, gostei do blog e pretendo voltar mais vezes.
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