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segunda-feira, junho 14, 2010

Livros

13 de junho de 2010
Quando eu era criança me lembro que uma amiga do meu pai que fazia faculdade e odiava ler, sempre mandava para a nossa casa caixas repletas de livros. Quando meu pai, curioso perguntava o porque de tal doação ela sempre respondia:
- Vai que um dia seus filhos precisem de algum desses livros, nunca se sabe.
Realmente, quando falamos da vida nunca sabemos onde vamos chegar. Hoje eu e meu irmão já somos formados no ensino superiror e minha irmã esta quase se formando no curso de jornalismo. Na história de nossas vidas, os livros sempre tiveram grandes capítulos. Lembrar das histórias de Monteiro Lobato, Pedro Bandeira, entre outros, sempre vai despertar em todos nos a lembrança de uma infância regada a leituras e viagens por mundos imaginários.
Se temos lembranças iguais, o que, por fim me faz diferente de meus irmãos?
Resposta simples, sempre fui uma pessoa de poucos amigos e muitos livros e fui eu a primeira que se aventurou a desvendar os mistérios daquelas velhas caixas que passaram a ser minhas melhores amigas em muitas horas de minha vida.
Literatura,teologia, filosofia, sociologia, não me importava o tema, eu lia cada livro como se todos tivessem algum segredo muito importante a me contar. É certo que muitos eu nem mesmo entendia, mais isso não me fazia recuar, com doze anos lia Dalton Trevisan, Madame Bovary e qualquer texto que me indicassem.
As dificuldades de linguagem me faziam querer mais que tudo compreender, para mim não existia leitura dificil ou inadequada para idade, tudo o que caia nas minhas mãos permanecia nelas até que eu finalmente pudesse compreender. Com quinze anos decidi que depois de tanto ler eu iria escrever, mais não aquelas redações que agradavam minhas professoras, mais sim as histórias que povoavam meu ser imaginário. Nascia assim mais uma escritora-amadora e amiga das palavras que dentro de caixas encontrou o inicio de um belo caminho.
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Meu pai limpando a estante do meu quarto me perguntou:
- Filha, você já leu esse livro todo?
- Sim, pai.
- Mesmo
- Mesmo, todos esses que estão ai, só os dois da frente que não.
- Você não se cansa?
- Não, pai, sempre vai existir alguma coisa interessante para se descobrir dentro dos livros.
Guardando os livros pensava: Em cada página uma história, uma companhia, em cada palavra roubada desses livros a história da minha vida.

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