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quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Querer

Andava sozinha no escuro com as mãos se mexendo freneticamente jogadas para frente, de longe parecia tola, contudo fazia isso com a esperança de encontrar algo em que suas mãos pudessem tocar. Talvez uma placa que lhe desse uma pista de qual era o melhor caminho a seguir, ou mesmo as mãos de alguém que segurando as dela mostraria onde fica a saida desse vendaval chamado vida onde ela decidiu se atirar.

- O que você espera encontrar?
- Alguma coisa
- Que tipo de coisa?
- Quando eu encontrar ei de saber.
- Como pode ter certeza disso?
- Porque essa bagunça que você vê sou eu e confio em mim acima de tudo.
- Boa sorte.
- Obrigada, sei que terei.

Conversava consigo mesma, discutindo com aquele lado negro negativo que nos mostra somente os abismos e nunca as belas flores que podemos encontrar pelo caminho.
Não se importava com as vozes na sua cabeça e nem ao seu redor, apenas seguia. Não queria querer sem se mover, não queria pensar sem se esforçar para conseguir. Queria cada segundo, cada sorriso, cada lagrima, todas as flores e pedras eram bem vindas em seu caminho, sorrisos de conhecidos e desconhecidos eram aceitos. Não queria muito, apenas queria viver cada dia de uma vez.

domingo, fevereiro 21, 2010

O Mar e Eu

Quando o vi caminhei em sua direção como quem reencontra um amigo a muito tempo distante, parei a sua frente e senti em meus pés sua suavidade a me tocar. Foi tão doce o seu toque que parecia que suas ondas me traziam toda a energia e desejo das mãos que estão do outro lado de ti, era como se no som das águas eu pudesse ouvir uma voz que me fala para não teme-lo, pois do mar brota a vida e mora o olhar daquele que eu guardo em meu coração.
E foi por causa de você que esta ai distante no além mar, que pela primeira vez na minha vida entrei na água sozinha, fui caminhando e deixando a água brincar com o meu corpo. Contudo o meu temor por não saber nadar me fez parar no ponto onde eu sabia que podia chegar. Fechei os olhos e tentei ouvir apenas o ruido do mar e sentir em meu coração a certeza que em algum lugar um alguém sonhava com o mar e com a incrivel sensação de liberdade que ele pode nos proporcionar.
Ao sentir a água batendo nos meus lábios sorri, era como se o mar me desse um beijo me fazendo lembrar que no meu rosto o sorriso fica melhor que as lágrimas, que apesar de também serem salgadas sempre acompanham sentimentos duros.
Na praia meu espirito repousou e no mar minha alma encontrou o carinho de quem por amizade desejou me acompanhar.

Obrigada PAULO por existir nesse além mar e por mais de uma vez me fazer buscar a força que eu tenho dentro de mim.


segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Sobre Minha Responsabilidade Materna


Tenho ao meu lado um ser perfeitamente real e belo, diferente de toda literatura que eu já estudei, escrevi ou li. Eu posso tocar essa obre divina, eu posso sentir seu coração bater, ver o sorriso de seu rosto ou mesmo em meio a brincadeiras tentar compreender o que se passa em sua pequena cabeça. Isso tudo tendo em mim a consciência de que ele é minha melhor parte, contudo ele não pertence mais ao meu corpo e por isso não tenho o direito de brincar com essa criatura como quem molda um boneco de argila.

No meio do caminho apareceu um problema...Será que meu filho nunca vai terá o meu desembaraço para falar em publico? Será que ele nunca vai se interessar pela lingua francesa? Sinceramente, não tenho medo e nem pressa de obter essas respostas. Como a adulta responsavel pelo seu desenvolvimento apenas acompanho seu crescimento admirando a cada dia suas novas descobertas e seu crescimento pessoal.

Somos os grandes responsáveis por nossas escolhas, por isso não quero nunca negar meus erros como mãe-pai do meu filho, assumo todos e permaneço ao lado dele para que ele sempre saiba que eu estava errando, mais que em muitos momentos também consegui acertar.

De nada adianta ficar procurando erros em meu filho, prefiro admirar todo o potencial que ele pode ter quando esta em paz. Confesso que sou uma mãe feliz, tenho um filho que gosta de cinema e teatro como eu, que começou a escrever as primeiras letras soltas em um caderno por me ver escrevendo na cama, que adora musica e gosta de dançar comigo de madrugada quando estamos com insônia, que acorda a cada dia mais autonomo e carinhoso, que ri, brinca e fala, e com fala o meu menino que gagueja quando esta com medo ou nervoso mais que sabe usar palavras que muitas crianças não saberiam pronunciar. Tenho um filho lindo que me disse que nunca vai torcer para o meu time, que gosta de Oswaldo, canta Chico e Raul mais não suporta Beck e musica francesa.

Com base em tudo isso eu não posso deixar de me orgulhar e assumir que a responsável por tudo o que eu já fiz na vida sou eu mesma, até mesmo a decisão final de deixar essa criança vir ao mundo foi minha, eu poderia ter escolhido o caminho mais fácil, afinal, o corpo é meu, contudo a decisão final foi a de criar da melhor maneira possivel essa criança e se problemas surgirem durante o seu desenvolvimento, desculpe, a culpa é minha. Só não quero que um dia tenham a hipocrisia de atribuirem todas as suas qualidades a terceiros, pois todas elas vão pertencer a uma única pessoa: ELE. Afinal, sou tutora e não dona de sua pequena vida.

Um dia ele será um grande homem, sei que não vai ser do jeito que eu sonho,contudo ele vai ter a consciência de que é ele que faz seu próprio caminho. Como mãe, vou lhe apontar algumas direções mais as escolhas serão todas dele e de mais ninguém.