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sexta-feira, agosto 27, 2010

O Enigma do Guarda-Roupa


Por Sergio Simka

O Enigma do Guarda-Roupa é o primeiro volume da série Horror, composta por cinco titulos independetes, cujo o objetivo é proporcionar calafrios de medo no leitor, mediante histórias arquitetadas no sobrenatural e nas profundezas da mente humana.
Com enredos simples, capítulos curtos e linguagem rápida, sem rodeios, os livros pretendem alcançar o público que não dispõem de tempo suficiente para leituras áridas, menos ainda o de fazer longos exercícios de imaginação.
Pretendem, também, transformar o ato de ler em momentos inesquecíveis, de modo que estes despertem o interesse, a curiosidade e motive o leitor a encantar-se com o universo da leitura.
Em O Enigma do Guarda-Roupa, o sobrenatural comparece da primeira à última página.
A história é contada de forma nua, crua, sem requintes, por uma adolescente que terá sua vida completamente virada de cabeça para baixo quando sua familia resolve mudar-se para um sinistro casarão.
Lá depara-se com um antigo guarda-roupa que, conforme a última moradora, é mal-assombrado.
No ínicio, atribui a história a boatos. Mas após uma sucessão de bizarros acontecimentos, começa a perceber que há uma presença macabra à espreita.
Será que a adolescente conseguirá desvendar a tempo o enigma do guarda-roupa?
Sérgio Simka
É professor universitário e escritor. Coordenador do curso de letras das Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP) Seu site: www.sergiosimka.com
Luana McCain
Cursa Letras na UNIESP (antigo IESA), em Santo André-SP
Seri
É jornalista e ilustrador. Trabalha no jornal Diário do Grande ABC, de Santo André-SP

quarta-feira, agosto 25, 2010

Local de Passagem

Fonte:Acervo Próprio

Os cômodos de minha casa não me interessam, são todos quadrados e fechados demais dentro de si mesmos, nem suas janelas os salvam, visto que o sol insiste em não bater na minha morada.
Gosto mesmo do corredor do lado de fora da minha casa, pois somente nele consigo enxergar a luz branca do luar, foi também nele que eu vi meu filho pela primeira vez andar. São tantas lembranças num lugar que serve para passar que esse pequeno espaço se torna parte de mim.
Sua estrutura não é nada charmosa, ao longo dele podem se encontrar algumas rachaduras adquiridas com o tempo, um ramo pendurado em um canto desde a ultima missa de ramos.a lata de lixo e a pilha de jornais marcam presença por lá, bem como os baldes que estão sempre dispostos a limpar as manchas de água deixadas pela chuva e a sujeira e pó que o vento traz consigo. No fim dele talvez o canto mais iluminado de toda a casa, a lavanderia que se abre em mil janelas que sempre deixam a luz do sol entrar. É do final do corredor que também vem a musica, antigamente do estudio do meu irmão, hoje em dia do rádio da minha mãe que sempre ouve musica enquanto passa nossas roupas.
Um lugar sem importância, até esquecido como parte da morada, mas a mim sempre será um local mágico que sempre irá me guardar doces lembranças de muitas pessoas que já passaram por lá.
Porque a gente nunca esquece por onde nossos pés decidem caminhar, os locais de passagem sempre vão me encantar.

segunda-feira, agosto 23, 2010

O que Sentir?

Dentro de mim guardo um sentimento tão forte e bonito que quando transformado em letras toca a alma de muitos, mas quando verdade assusta e afasta por tamanha intensidade. Mesmo assim não desisto de sentir e não me entrego facilmente somente ao desejo, porque nem sempre o que o corpo pede é o que a alma busca e a vida já me fez muito madura para eu perceber que todo desejo é passageiro quando não existe sentimentos.

Vejo os dias se passando,enquanto meu lado permanece vazio de parceiro, mas repleto de outros sentimentos e formas de amor. Minha solidão me faz forte, pelo fato de não ser completa, ao meu lado pessoas que torcem e esperam que eu seja forte, me lembrando o tempo todo que eu não posso chorar. Não choro, nem me desespero, apenas vivo e sigo acreditando que primeiro devo sentir em meus pés a poeira da minha estrada, para só depois poder com orgulho descansar num banco contando a minha história para quem estiver disposto a ouvir.

Não, a solidão não me desespera, prefiro senti-la ao ouvir uma bela canção tocando no rádio enquanto estou em minha casa sozinha a limpar a cozinha, do que dividir momentos de dor com uma pessoa que permanece ao meu lado somente para sentir que nãoe sta fisicamente sozinha. Quantos casais válidos existem que tentam sempre enxergar beleza no que não existe mais?

Deveria temer mais a solidão, mas o fato é que hoje posso ouvir canções de amor tendo a certeza de que se um dia eu realmente me entregar será a uma pessoa que vai saber me amar sem temer a força de tudo de belo que guardo aqui, dentro de mim.

De Janeiro a janeiro, em todas as estações da minha vida, desejarei nunca mais deixar de sentir meu ser completo como sinto agora, pois só assim poderei um dia ofertar meus passos e minha história a quem queira me amar.

Bienal do Livro

Por Nicholas Gomes Brito


Era uma vez o Nicholas, um dia ele foi na Bienal do Livro com a mamãe, o papai, a Ana Julia e a madrinha Roberta.
Lá ele viu muitos livros,a tividades da turma da Mônica e ele entrou numa casa de livros enormes onde os homens contaram histórias para ele e para a Ana Julia.
Na hora do lanche eles comeram pizza de queijo cremoso e quem buscou ela foi o Nicholas com o papai. Enquanto a gente comia uma homem cantou uma música bonita, mas depois também cantou uma feia demais.
O Nicholas comprou livros de atividades do Pooh e um livro de histórinhas também. Na hora de ir embora, eles pegaram um ônibus que estava cheio de gent. O passeio foi muito legal.
E FIM.
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O Nick escreveu essa história ontem a noite após me ver lendo o blog do Edson Bueno de Camargo sobre as impressões pessoais dele sobre a Bienal do Livro. Daí na hora de dormir ele me pediu para escrever a história dele sobre a Bienal, quem sou eu para dizer não a tal pedido.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Madrugada Adentro

Nessas horas em que a insônia toma conta do meu corpo sinto a madrugada dentro de mim. Os latidos dos cachorros pela noite me causam arrepios, mas mantenho minha coragem por não ter quem me abrace e por precisar ser forte por outra pessoa que depende de mim.
Por essa semana uma ansiedade insana toma conta do meu corpo, penso no futuro como nunca pensei antes, talvez porque a hora seja de fazer planos, estabelecer metas a seguir para conferir um sentido ao meu existir.
Desde o fim do ano passado, uma grande idéia se apossou de mim, não vou mais me permitir aceitar menos do que mereço, na minha briga com o relógio não quero mais perder tempo com erros que posso evitar.
Desejo não somente a grandeza, desejo ter a força para começar a traçar com meus pés um caminho que me leve a paz de espirito que meu corpo tanto merece, afinal, não há existência marcada pela dor que não mereça momentos de paz, busco pela minha com a mesma garra e crença da criança que confia na beleza das pequenas coisas.
Quase duas da manhã, sinto uma vontade louca de ouvir uma voz amiga que me diga: - Calma, tudo vai dar certo. Contudo não ouço nada, algumas lágrimas tomam conta dos meus olhos, tiro os óculos para não manchar as lentes, com a cabeça baixa respiro fundo, seco as lágrimas e recoloco os óculos. Sinto uma presença tão serena se aposar de mim, olho para a porta e consigo enxergar a silhueta da criança sonolenta que me chama:
- Mamãe, vem dormir comigo, tó doente.
Um sorriso toma conta de mim, sinto a necessidade de fugir de tais pensamentos, me entrego a certeza do momento e vou deitar para poder sentir ao meu lado essa presença que me devolve a paz e ao ve-lo dormindo eu desejo ser maior do que sou para poder ter forças para fazer ele crescer.
Meu filho, minha vida tem sentido ao saber que eu sou melhor com você e por você, pois és a melhor parte de mim e fruto do unico amor que em vida senti.

terça-feira, agosto 17, 2010

Nossa Casa

Fonte: joaobarcelos.com.br

Porque quadros vão ser sempre quadros, mesmo que o nosso desejo seja transformá-los em realidade, não há no mundo feitiço que faça o abstrato tornar-se real...
Sozinha em seu quarto, a moça lembrava-se de um tempo a muito passado onde havia sonhado em ter um lugar só para ela e seu amor. O ato de recordar era doce, mas lembrar-se do fim era doloroso e amargo, pois sabia que no final tudo não tinha passado de um sonho solitário onde somente ela enxergou futuro e cor.
Pertenciam a mesma geração solitária, mas a alma dos dois fazia com que parecessem estar sempre anos luz de distancia. Não existia mudança que pudesse salvar o sentimento inexistente que eles tentavam conservar no papel, pois no fim não era amor, era apenas poesia cortante e constante.
O fim veio de forma espontânea,como não poderia deixar de ser, um dia a nossa casa de papel mache derreteu debaixo da chuva deixando nossos corpos livres para finalmente observarmos o mundo que nos rodeava, percebendo que fora da nossa fantasia existia mais vida do que poderiamos imaginar. Foi certo, mas não deixou de doer pelo simples motivo de ser o fim.
Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, a garota limpou ela com as mãos, levantou-se da cama e foi até o banheiro, lá ficou se olhando no espelho e após alguns segundos disse a si mesma.
- Obrigada por tudo o que passou, mas agora não quero nada menos do que amor.
Sorriu, saiu do banheiro, desligou as luzes de sua casa real e foi se deitar pensando em tudo o que podia acontecer na vida de uma pessoa que não espera menos que viver, um dia de cada vez.



quinta-feira, agosto 12, 2010

Como Crianças

Eu preciso é te provar
Que ainda sou mesmo um menino
Que não dorme a planejar travessuras
E fez do som da sua risada um hino
Travessuras- Oswaldo Montenegro
Quem um dia vai nos compreender tão bem quanto nós mesmos?
Andamos juntos na rua, brincamos, chutamos pedrinhas, corremos na chuva para espantar a tristeza. Nas noites sem luz conversavamos com as estrelas simplesmente por acreditar que mesmo na situação mais dificil era possível sonhar.
Crianças birentas, brigavamos tanto, nas disputas intermináveis para saber quem tinha mais força, acabavamos chorando juntos, caidos no chão. Meia hora depois, já estavamos abraçados, um nos braços do outro sorrindo, porque é bom se permitir esquecer o que passou, mesmo que tenha passado a poucos minutos atrás.
Mas a vida não perdoa, crianças sempre vão ter que crescer porque crescer, em fim, é cumprido demais e não temos tempo a perder com nostalgia. Contudo a certeza de que tudo aconteceu, da certeza dos intensos segundos que vivemos um ao lado do outro me faz para sempre acreditar, que sempre seremos melhores juntos, mesmo que o melhor seja apenas se lembrar.
Lembremos, então, para nunca se esquecer de que um dia, como crianças ,iremos morrer.
Eterno carinho, hoje e sempre por ti, meu sempre doce menino, espero que sejas sempre feliz.


Silêncio



De repente, no meio da canção uma corda se quebrou fazendo com que a música perde-se o tom e a melodia voasse para o espaço das cousas sem sentido...
O poder das palavras podia me confortar, mas elas não vieram, apenas a covardia de quem tenta experimentar todos as possibilidades da vida e se esquece de que acima de tudo é preciso segurança nos próprios passos...
Nesse mundo muito desejei ser uma boneca de corda que se deixa levar sem jamais ter opinião, Contudo observo a vida de frente, sei o quanto ela é passageira e quanto sou eu a responsável pelos meus atos, por isso mesmo ando sempre em frente sabendo que a dor pode ser inevitável, por vezes, mas todo o sofrimento a de ser opcional...
O que são os símbolos da vida senão simples objetos quando se vive por impulso? Como se pode perdoar quando o pedido de desculpa vem só para confortar a alma de quem lhe feriu?
Oculto objetos e não perdoo, pois a vida nem sempre vai ser fácil, por isso mesmo é preciso certeza nos passos antes de tentar caminhar. Se apoiar em outras pessoas não lhe dá forças, antes dependência, pois todos começam sozinhos e assim, um dia, morreram.
Espero, com toda a certeza que você chore, torço para que você sofra, não vou te enganar...
Não, nunca vou chegar a te odiar, a ti somente vou ofertar o meu eterno e concreto silêncio e se um dia me encontrar, não se importe, não precisa dizer nada... como sempre fez.

terça-feira, agosto 10, 2010

Sobre o Tempo


-Passado, presente, futuro...

-Tenho uma vida para viver, tanta coisa a fazer, mas o tempo não para é Fatal. Corre sem graç, me despedaça a alma. Me enlouquece, me enLOUQUECE, ME ENLOUQUECE..


Atirou o despertador na janela e finalmente conseguiu dormir.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Aprendendo


Meu Filho... Um anjo caído que encontrou em meu ventre morada, vindo do mundo dos sonhos possíveis para me ensinar que é possivel realizar utopias, basta apenas acreditar.

A quatro anos atrás, nascia meu filho e com ele uma nova mulher, não gosto de lembrar muito do que fui antes dele ter entrado na minha vida, justamente por achar que antes dele eu era um pedaço vazio de sonhos e sentidos, um alguém que não sabia para onde caminhar justamente por não ter o porque de lutar.

Ao passar pela experiência de mutilação causada pelo parto, senti como se tivessem retirado a melhor parte de mim e jogado no mundo. A quatro anos atrás, a meia-noite no quarto de hospital eu olhava aquele pequeno ser e chorava, sentia-me vazia, um tanto perdida e com medo de não possuir forças e capacidade para missão de me responsabilizar por uma vida. Peguei meu pequeno nos braços e comecei a observar cada detalhe de seu corpo, cada perfeito pedaço que o formava, foi quando ele abriu os olhos e olhou bem fundo dentro dos meus. nunca tinha sentido tanta doçura e tanto conforto num simples olhar. foi amor a primeira vista, entrega ao primeiro gesto. Naquele instante eu aprendi uma grande lição com ele, podiamos estar sós naquele quarto, mas minha vida jamais seria a mesma depois daquele encontro.

Hoje, quando me pego a ensinar algo novo para o meu filho fico a pensar, na verdade quem esta a aprender mais, eu ou ele? Isso não sei ao certo dizer, posso apenas afirmar que ele mudou minha vida, dando sentido e forças para uma menina, antes perdida, se encontrar.

Seguimos nossa vida, nessa doce brincadeira de ensinar e aprender, a passagem do tempo nunca vai me incomodar, antes me trara o orgulho em saber que cada novo ano é um novo passo que meu filho traça rumo a construção de seu próprio caminho. Um dia a melhor parte do mim vai caminhar sozinha, enquanto isso aproveito nossos dias e lado a lado andamos sem temer o que vai acontecer com a certeza de que juntos sempre chegaremos lá onde nossos sonhos queiram nos levar.

sexta-feira, agosto 06, 2010

De Passagem

Fonte: (imagem retirada de http://momotte2stocks.deviantart.com/art/Place-stock-61-street-84524416, por @Mommote2stock , no deviantart)


Andar pelo beco durante o dia é como escolher trilhar pelo caminho das coisas simples, é fugir da escura noite que dá ao beco o toque de horror e fantasia precisos para se escrever uma bela história de terror.

- Porque será que Claudia só pensa em histórias melancólicas e noturnas? Será que ela ignora o fato de que a luz e mais assustadora que a escuridão, pois sempre nos mostra as coisas como elas realmente são... - Falava para si mesmo Davi, enquanto lia uns poucos papéis deixados em cima de sua escrivaninha.

Na noite em que Claudia foi embora, deixou para trás todos seus tolos rpapéis de rascunhos, onde ela jogava suas letras na esperança de que um dia ele pudesse entende-las. Mais o entendimento nunca aconteceu, eram muito diferentes para se reconhecerem nas entrelinhas. Claudia era noite e reflexão, Davi era concreto e simples como todos os detalhes do beco onde morava. Enquanto ela queriaver a lua, ele se contentava em olhar pela janela as trepadeiras da parede do vizinho. Se tentavam conversar na rua, ele sempre se perdia a contar ladrinhos. Achava o seu espaço tão simples e seguro que acabou por acreditar que tudo o que lhe cercava fazia parte integral de seu corpo. Tanto amava o seu beco e sua simples segurança, que acabou por se fechar para tudo que o rodeava, viu Claudia partir e não correu atrás, ela era escuro demais e ele só queria a bela luz simples que seus olhos gostavam tanto de enxergar.

Dez anos se passaram, de Cláudia restaram apenas as letras, tão negras e enigmáticas letras.

- Ela quis mudar meu beco, por isso teve que partir...

Quanto ao futuro de Davi? Os poucos e antigos moradores só sabem dizer, que um dia enquanto caminhava de cabeças baixa a contar ladrinhos, foi até o fim do beco, olhou para a parede de tijolos velhos dourados, sorriu e chamou por Cláudia. Como ela não respondeu, sentou no chão e se deixou morrer.

Um pintor que morava do outro lado da rua, achou o corpo, chamou a emergência e ficou a observar o trabalho dos homens que carregavam o corpo do finado senhor Davi. Meses depois vendeu um quadro intitulado "De Passagem", que mostrava um senhor que viveu por sua paisagem e se tornou um de seus eternos e seguros tijolos.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Lembranças (Meu Mundo)

" ...Nothing´s gonna chance my world..."
Across The Universe - Beatles

Hoje acordei com a felicidade de quem caminha acreditando na força de seus passos, na cabeça uma canção, no coração lembranças que fizeram de mim o que hoje sou...
Nessa tarde abençoada, nem choro, nem risos, nenhum sentimento em especial, antes todos juntos num mix de prazer e sensações maravilhosamente fortes e vivas. A sensação de estar no mundo e pertencer a ele me trazem a paz e a calma de quem sonha com os pés firmes no chão para que eles possam ser utopias reais. Não amaldiçoo a vida por não ter conseguido, ainda, realizar metade dos meus desejos, acredito no poder dos passos e na realização final. Se o mundo me parece injusto e a lágrima fatal, choro sem pena de mim mesma, aceitando minha condição humana e o peso de minhas escolhas.
Estar no mundo, fazer parte do meu mundo e ter a certeza de que a vida é composta por mais do que essas simples palavras e sentimentos confusos. Se entregar a vida é aceitar a morte e compreender que até mesmo o mais belo sonho chega ao fim quando chega a hora de despertar.
Quando vejo os olhos, posso sentir a presença de todas as pessoas que fazem parte do meu mundo, nesses instantes tenho a certeza de amo meu mundo e todos aqueles que me habitam. Sou como uma casa velha cheia de cômodos, guardo pessoas em meus cantos sempre deixando espaço para que elas possam caminhar livremente. Com um tempo algumas se vão, outras ficam. O importante é a certeza de que todos trilham seus caminhos enquanto caminham pela vida rumo a suas realizações.
Mesmo quando olho pelas minhas janelas e não consigo vislumbrar a imagem nìtida de alguém que possa me acompanhar não sinto dentro do meu peito o vazio e nem o desespero necessário para me apaixonar.Curar carências as custas de uma imagem é ser covarde demais para se auto-conhecer, por isso antes de deixar qualquer um entrar em minha vida, respiro, olho no espelho e julgo se realmente o momento é para se procurar companhia. Não tenho medo da solidão, por vezes ela é a melhor companhia que podemos encontrar, aceito a minha com a mesma felicidade de quem encontra o verdadeiro amor.
Minhas lembranças serão sempre boas, mesmo as que já me machucaram um dia, meu mundo será sempre o lugar que eu criei para habitar e onde eu só deixo entrar aqueles que me fazem a diferença. Numa dessas caminhadas, através de uma janela qualquer,talvez eu encontre olhos que ao me fitar vão me completar, talvez... Enquanto existem hipóteses e não certezas, continuo a caminhar sabendo que esse meu mundo de fato nunca ira mudar, pois ele é tudo o que sou.