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sábado, janeiro 26, 2008

Raridade




Encontrei em meu caminho uma flor unica, tão bela e rara que tinha medo de possui-la. Porque quando os sonhos se aproximam, nos sentimos aterrorizados com o desafio de inventar novas utopias. Mais estranho do que acordar e notar que nos transformamos em um inseto, é adimitir o fato de que seguir em frente é a unica solução para se viver. Não há estrada de volta, nem caminho mais seguro, somente vida, seguida de vida e mais vida.


Numa fração de segundos, o desespero toma nosso coração e tudo que queremos é chorar, voltar atrás, talvez uma infância ou um platonismo para sossegar nossa alma sofredora. Mas a vida tem que doer pra ser verdadeira, assim os momentos de sossego serão mais belos, os toques serão mais intensos, o silêncio terá mais sentido, e a gente vai aprendendo a viver.



O problema das flores raras é que por serem especiais demais,nós fugimos delas e nunca chegamos a descobrir se elas valeriam a pena, nos resignamos a um instante de beleza para uma eternidade de sonhos. Em resumo: temos medo

Não julgo a atitude de fugir de flores errada, por vezes é mais fácil, a gente sofre menos quando decidi ignorar... Eu não ignorei minha flor, mas ela ficou tão entediada com a minha adimiração que murchou. Acabou-se o encanto, eu virei mulher, mãe, e deixei de lado a possibilidade de sonhos concretos.

Queria voltar no tempo, para conseguir (quem sabe) ser rara, e não essa sombra opaca de um flor amarela e sem vida que brotou em meio ao asfalto. Mas a vida é uma estrada reta, não a possibilidade de fuga, temos que seguir, tenho que seguir. Só peço encarecidamente, não tenham pena de mim..

sábado, janeiro 12, 2008

AVALIAÇÃO ANUAL


2007: o ano em que eu tive que crescer, me tornar maior do que sou em espirito para aguentar os desafios que viriam pela frente.
O ano que passou começou numa praia, ao lado das duas pessoas mais importantes da minha vida, com a chuva caindo, a febre tomando conta de um, e os gritos incomodando o outro.
Este ano fui casada, divorciada, mãe solteira, caso, namorada, sai e voltei pra casa tudo de uma vez só.
Este ano senti tudo a flor da pele, tornei-me uma pessoa mais sensivel, menos dura comigo e com meus desejos.
Este ano recomecei do zero, tive que refazer planos já traçados, mudar rotas, mudar de idéia, aceitar o novo diante dos meus olhos.
Este ano eu odiei ser mãe, mas depois me encantei com a responsabilidade, com os pequenos atos, com o crescimento que minha vontade não impede.
Este ano chorei ouvindo Oswaldo Montenegro e pensando em tudo isso, temendo o futuro com base no passado, sentindo a presença daquele que me consola desde criança em sonhos.
Fiquei mais desconfiada, um tanto mais alerta, tornei-me uma boa mãe na medida em que me permiti ser. Adiquiri um tanto mais de voz e furia, coisas que reprimia antes. Descobri que posso fazer as coisas do meu jeito que consigo acertar.
Me perdi em meu a planos tortos que julgava essencias, mais foram falhos.E no final de tudo isso ainda consegui forças para arrumar as malas, olhar para o lado e acreditar que posso e conseguirei ser feliz.
É , foi um ano valido, dolorido e belo como a própria vida deve ser.