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segunda-feira, dezembro 26, 2005

Analuz

Está crônica foi escrita por mim num tempo de aflição no qual eu buscava a todo momento entender o que estava acontecendo comigo. Na época tinha 16 anos e simplesmente me parecia um tanto duro a maneira com que eu me transformava em mulher. A minha personagem foi criada o espelho dos meus tormentos,mas com identidade própria, Confiram:

Analuz

Analuz aos três anos pensava em ser bailarina, até o dia que quebrou a perna e nunca mais quis dançar...

Mesmo sem seu primeiro sonho a menina continuo a sonhar, a desejar a utopia real, pois a medida que a vida a limitava, ela adquiria novos sonhos que se assimilavam a sua realidade.

Teve uma infância sem dança, mas cheia de música e esperança.

Quando completou treze anos seus pais se separaram. Desde então ela nunca mais sorriu.

Como poderia ela sorrir se confiava tanto em seu pai e derrepente isso, um adeus sem explicação, sua mãe chorando no canto do quarto observando um dos lados do armário vazio.

Fora o fim de uma etapa, o final da música e começo da poesia pesada de Augusto que de Anjo não tinha nada para acalmar a alma da menina.

Analuz viu sua mãe erguer-se do chão e nos seus olhos observou uma força nunca vista antes. Ela admirava sua mãe que é honesta, trabalhadora, mas por vezes se pegava a lembrar de um tempo em que podia dormir sossegada em seus braços.

Acostumou-se a ver a mãe sair cedo para trabalhar, enquanto ela permanecia sozinha em casa.

Certo dia, Analuz ouviu um barulho no quarto, o medo a desesperou, a garota se trancou no banheiro e passou a tarde inteira a chorar. Em pensar que fora somente um gato...

Ao chegar em casa, a mãe procura pela garota, como não obtém resposta ao gritar seu nome desespera-se e passa a correr por todos os cômodos existentes na residência. Chegando no banheiro dos fundos bate a porta e pergunta:

- Ana, você está ai?

- Minha Luz me responde

Não obtém resposta, grita desesperada:

- Abre a porta, minha filhinha, por favor !

Já desesperada ela empurra a porta até que consegue quebrar o trinco, entra e passa os olhos pelo cômodo, vê a porta do box entreaberta e escuta um choro fraco. Sem pensar duas vezes abre a porta de uma só vez e depara-se com a menina sentada no chão abraçando os seus joelhos com força e a cabeça baixa parecendo estar com medo e vergonha de algo.

- Filha, o que você tem? Diz Luz?

- Mãe, eu te juro, não queria que isso tivesse acontecido.

- O que houve, meu amor?

- Por que você nunca me disse que isso podia acontecer?

- Isso o que, Aninha?

- Olhe só, mãe, estou com vergonha de mim.

A mãe olha para menina que abre as pernas e mostra a ela vestígios de sangue. Ela então sorri e diz:

- Meu bem, você agora é uma mocinha, apenas isso

- Mas eu não quero ser mulher!!!

Sai chorando em direção ao seu quarto e tranca-se.

A mãe preocupada procura ajuda de um psicanalista, fala a ele sobre o acidente de carro que deixou um defeito em no joelho da menina, de como isso impedia que ela dançasse, sobre como a garota gostava de ouvir música e adorava ler alguns livros velhos de poesia deixados pelo pai que as abandonara a pouco e sobre o ocorrido no banheiro por causa de um simples gato e a chegada da menarca.

Após uma fria analise, o doutor pede para que a menina, agora garota, entre no consultório. A mãe a chama, atendendo prontamente sua mãe, a garota entra no consultório senta-se e fica olhando fixamente para o médico. Permanecem assim por horas, até o momento em que o homem, incomodado, pergunta:

- Analuz, qual seu desejo ?

A garota continua olhando para o homem fixamente, ele tenta lançar um novo e infalível argumento:

- Analuz, qual é o seu medo?

Neste momento a garota olha o médico mais fixamente ainda, as lágrimas começam a escorrer por sua face, perturbada a garota responde:

- E eu que só queria dançar....

- Será que você não pode me compreender?

- Eu quero me libertar.

- Queria poder voar.

- Nada mais...

Levanta-se e sai correndo do consultório, sua mãe tenta segura-la em vão, como relâmpago a menina empurra a porta e vai em direção a rua. Perturbada não vê nada, só lembra-se do grito agudo de sua mãe e do barulho alto do carro.

Uma semana depois, Analuz começa a reagir e a primeira coisa que vê ao seu lado são seus pais dormindo, o pai sentado ao lado da mãe e os dois com as cabeças encostadas dormindo.

Doces lembranças lhe passam pela cabeça, a menina sorri e pensa:

- Sim, tenho de aceitar que agora eu sou mulher.

Olha para os seus pais, sorri, fecha seus olhos e volta a dançar. Ao final do espetáculo as luzes se apagam e todos ouvem a triste música de uma só nota. Adeus...

Anti-Cultural

Um pouco de poesia, só para não perder o costume

ANTI-CULTURAL

Cultura

Agricultura

Avicultura

Apicultura

Floricultura

Cultura Estrangeira

Cultura Brasileira

Cultura Popular

Cultura Útil

Cultura Inútil

De que me adianta a cultura?

Se não tenho terra pra plantar

Se a galinha que crio alimenta outra família

Se roubam o mel da minha vida

Se já não há mais jardim, nem flor...

Sorry, diz ‘alguém’ com prato cheio

Cultuando não Machado,mas bundas e peitos

Fugindo do Maracatu pra cair no Samba

E ainda se acha útil...

Você é um inútil,

Você não é ninguém,

Apenas um simples ladrão

Do suor de outrem

Regras a Seguir

Estas linhas contém a explicação do por quê eu tenho tanto medo de mostrar aos outros o que eu escrevo. Confiram:

Regras a Seguir

Não importa a função que se exerça, em todas as carreiras profissionais temos regras de conduta e ética a seguir. O profissionalismo tem de estar sempre em primeiro plano.

Na área educacional não poderia ser diferente, pois o profissional desta área tem o dever absoluto de formar cidadãos , que mais tarde cuidaram do nosso tão precioso e estimado futuro da nação.

Os professores devem ser admirados e agraciados em todos os dias da vida de um discente, pois este tão estimado profissional é capaz de fazer os mais admiráveis sacrifícios em prol do bem de seus alunos, visto que estes são os possuidores de muitos conhecimentos e verdades que desconhecemos. Resumidamente falando, eles são nossos espelhos, pois neles vemos refletidos as maneiras corretas de se ser e agir.

Muitas vezes para atingirem o seus objetivos, eles são obrigados a abrirem os olhos de seus alunos e com a suas bondosas canetas vermelhas ensinar-lhes a verdade absoluta dos manuais sem mistificações ou fatos irreais. Em outras circunstâncias, obrigarem seus alunos a pensar e trilhar o caminho certo, afinal, não há paradigma a ser quebrado ou planejamento a ser mudado. O que esses pobres profissionais encontram são alunos sempre indisciplinados, nada mais. Pois crianças são todas iguais, não há como e nem por onde diferencia-las.

Depois de dezesseis anos de estudos, pode-se entender o papel que certa profissional tivera em minha vida, afinal, se não fosse seus prestimosos serviços de repressão a fantasias infantis seria eu um ser menor do que sou. Pois seguindo o exemplo da ‘minha querida professora’, desejo ser mais, muito mais que uma mulher insatisfeita com meu serviço e salário, um ser que aliena seus alunos por saber que dar instruções é mais fácil que ensinar.

Pretendo ser capaz de ouvir vozes e não de tranca-las por tempo indeterminado em uma redoma de vidro quase que intransponível , se não fossem algumas rachaduras feitas por outra profissional anti-ética e um tanto poética

Relatos D'alma

Esta crônica possui fragmentos da minha vida divididos por etapas que passei, experiências que vivi, pessoas que conheci. Foi escrita para uma pessoa em especial.
Espero que não seja tão tedioso ler as entrelinhas da minha história.

Relatos D’alma

Podia lhes falar da vez em que encontrei uma rosa furta cor em meio ao jardim da minha avó, ou quem sabe sobre aquela vez em que encontrei uma menina que roubou muito dos meus brinquedos pelo simples fato de eu Ter confiado nela.

Teve a vez em que ganhei meu ursinho de pelúcia com o qual até hoje eu durmo, e quando eu fazia minhas aulas de balé clássico e Jazz, onde eu sonhava em ser grande e voar com a música.

Dos longos papos que batia sentada no muro com meu primo ou das invações e roubos de amora na casa vizinha e abandonada...

Mas tudo isso é tão infantil, melhor deixa-las no passado e na memória para que nunca percam sua pureza.

Posso então lhes relatar como foi estranho o meu primeiro encontro com um sutiã, ou mesmo com o primeiro absorvente, sentia-me tão constrangida com ambos que desejava ser invisível.

Do meu encontro com as letras e com os poetas, bem como o encontro com minha queria professora Beth que tinha o Dom de me fazer viajar na beleza das palavras. Do meu querido amigo-poeta que tanto me desagradou num primeiro instante para depois vir a admira-lo e a ama-lo, sim ele é um grande amigo, louco, mas lírico.

Teve também meu encontro com aquela que seria minha grande amiga e mais tarde, por amor, me levaria a perdição. Sim, eu confiei ( e confio, acho) nela e quanto eu me machuquei por tamanha confiança.

Nesta época também encontrei meu primeiro amor, bem como minha primeira grande decepção.

Conheci a música de Renato e com ele aprendi a Ter ‘Força Sempre’.

Mas tudo isso é tão adolescente que não vale a pena ser citado, pois assim perderia seu valor como grande lição.

Já sei, poderia lhes falar sobre meu encontro com uma moça que acreditava que eu seria uma grande modelo, muitos desfiles, fotos e agências depois me cansei. Faltava-me algo que a moda nunca poderia me proporcionar, desisti de tudo...

Melhor mudarmos de assunto, falemos da vez em que descobri as maravilhas do mundo virtual e de como nele podia conhecer pessoas interessantes e que valem a pena. Encontrei grandes amigos, alguns distantes, alguns próximos, mas todos com o mesmo valor a mim. Pena que ás vezes a ausência de carinho faça tão mal...

Fato que também não posso me esquecer é o encontro com meu querido-maldito poeta profano, ou poeta da noite, que tantas belas letras me inspirou a escrever, mas todas sempre tão nulas de sentido, afinal, elas jamais caíram em suas mãos ou ele as lera. Fica então sendo minha a recordação.

Ter tido sua presença-ausência foi algo valoroso a mim, pois aprendi a acreditar na beleza, assim como amar a música e a poesia com mais profundidade e intensidade que outrora. Sim, eu fui uma alegre infeliz ao lado dele.

Não poderia também me esquecer do meu querido amigo poeta anarquista que sonha em viajar pelo âmago da palavra em seu trem maravilhoso que tanta beleza nos trás. Talvez um dos poetas de ego mais inflados que eu conheça, mas de uma alma tão grande capaz de abraçar o mundo e entender almas que se escondem como a minha. Sim, eu encontrei um amigo, pena que nossa amizade foi profanada por interesses banais... Tudo bem, creio que um dia as coisas se resolvam e eu voltarei a me perder em meio a discursões literárias na Paulista.

Ah! Não posso me esquecer do meu encontro com as crianças, como eu estava assustada, parecia que aqueles pequeninos eram mais fortes que eu e a qualquer momento poderiam me esmagar, mas com minha dissimulação e coragem consegui manter-me firme e adquirir o amor e o respeito de meus pequeninos.

Todos esses fatos são de extrema importância a mim vi, mas se os relato assim tão despretenciosamente é para por em tópicos meus momentos passados, para que possam ser lidos e entendidos por aquele a quem eu oferto minha história.

Como um sábio poeta disse: “Todo encontro deixa sempre uma marca”, posso lhes afirmar que comigo não foi diferente, pois ao encontra-lo por palavras tive a certeza que queria ouvi-las gravadas em teu olhar.

Não sei contar-lhes porque aconteceu e como se deu ao certo está tão curta história. Posso tentar lhes explicar, mas não sei se irão me entender, mesmo assim corro o riso, já não tenho mais medo.

Começou com uma resposta a um comentário, eram palavras tão belas que tive que imaginar palavras mais belas ainda para ofertar como resposta. Reposta após resposta, palavras tocantes e sensações novas, era tudo muito confuso, mas me chamavam a atenção profundamente.

Eis que saí de minha mente a citação: “Toda mulher deveria amar um garoto de 17 anos...” E assim o fiz, daquele dia em diante passei a ama-lo, não sabia se correspondida, mas amava .

Depois o inanimado, o intocável se tornou palpável e se pós ao meu alcance, juro que tentei me segurar, como das primeiras vezes em que nos vimos, mas não consegui e colocando a culpa na lua tive que me render aos meus apelos de amor puro. Lhe beijei e o mundo a mim se transformou.

Podia Ter sido rejeitada? Certamente, mas graças a tudo que tem graça não o fui, consegui obter do impulso o meu maior desejo: Ter um companheiro.

São tantas as nossas brigas e tão tolas, mas confio nesse amor que nasceu puro e sei que nenhum motivo tolo o detonará. Se isso acontecer, tudo bem, já valeu a pena Ter vivido. Pois mesmo que passemos um dia apenas ao lado do amor pleno e puro podemos nos considerar felizes por termos experimentado tal sensação.

Me disseram, certa vez que eu deveria acreditar e buscar a utopia real, não acreditei que isso seria possível, mas hoje acredito no impossível, na utopia real, pois aprendi em teus braços e admirando teus olhos que ainda vale a pena dar-se ao luxo de sonhar.

- Nossa, mãe, quem escreveu este texto tão lindo? – Perguntou Clarice

- Acreditas em sonhos antigos?

- Claro que não, mãe, os sonho devem ser renovados sempre.

- Pois é, eu também nunca acreditei, mas aprendi algo com eles sabia?

- E o que seria?

- Que fantasiar não é proibido.

- E de que vale a fantasia num mundo tão superficial como o nosso?

- Vale a pena pelo simples motivo deste lhe proporcionar experiências únicas de vida, experiências das quais você nunca se esquecerá.

- Talvez seja...

- Mas é, Minha querida.

- Admita, mãe, este é teu diário, não é mesmo?

- Se fosse um diário estaria escondido e certamente não estaria ao alcance de qualquer pessoa.

- Confesse, então, você escreveu isso para o meu pai?

- Não, não escrevi para ele, escrevi em homenagem a ele, pois ele me fez voltar a sonhar e isso eu jamais poderia retribuir a não ser com a minha história que é a coisa que mais me perturbava na época em que eu me escondia dele nas minhas palavras.

- Sabe, tenho inveja do meu pai, pois em poucas linhas você ofertou sua história a ele como quem oferta uma moeda a igreja.

- Não fale em dinheiro ou religião para citar o amor, pois estes são divergentes e nunca chegaram em comum acordo. Agora, pegue sua mochila e boa aula, minha querida.

- Obrigada, mãe, e até logo.

A garota pega a mochila e sai em direção a sua escola, enquanto sua mãe, suave e calma a observa da janela a sumir na esquina.

O marido acorda e a vê encostada na janela com um olhar já muito conhecido por ele. Caminha em direção a ela, a abraça por trás e diz :

- No que esta pensando querida?

- Naquele velho fragmento poético que dizia: “ Todo encontro deixa sempre uma marca”.

- Acabo de ver a nossa virando a esquina.

O marido sorri, os dois se beijam , fecham a janela e vão viver.

Herói

Pra começar um texto sobre uma pessoa que foi muito importante na minha vida, meu avô, Manoel. Pena que eu não pude conviver um pouco mais com ele, mas o pouco que eu vivi ao seu lado me foi o bastante para carrega-lo para sempre na minha memória e lembranças.

Herói

Em um mundo carente de heróis, perdido no meio de um povo cansado por natureza o conheci.

Não era nenhum cantor, ator ou personalidade do mundo da moda. Era um simples cidadão que enxergava o verdadeiro valor da vida e o bem que fazia ser feliz.

- Trabalhei numa pedreira. – com orgulho assim falava.

- Agora vendo doces feitos pela minha amada para sustentar a filharada.

Eram dez os seus filhos, três seus de sangue e os outro sete adotados, filhos de seus irmãos que tão prematuramente faleceram, deixando tal herança e responsabilidade.

Era preciso trabalhar, a vida parecia muito difícil, mas sempre com um sorriso ele caminhava pelas ruas com seu carrinho de doces, sempre com a esperança de um futuro melhor adiante.

Quando as crianças cresceram pode com orgulho ver seus netos nascendo. Era a idade que folgada começava a incomodar, a imperdoável passagem do tempo.

Isso não o abalava, pois considerava cada fase de sua vida extremamente importante e valorosa. Afinal, estamos sempre a aprender com este senhor impiedoso chamado tempo.

Os amigos comentavam:

- Mesmo com esta idade ele não perde o sorriso.

Os conhecidos assim falavam:

- O Senhor Manoel é um guerreiro.

Os vizinhos curiosos se indagavam:

- Como será que com tão pouco dinheiro conseguiu formar está família tão bela?

Era um homem admirado por muitos, pois conseguira ver nas dificuldades um caminho para o belo, sempre lutando contra as lágrimas que muitas vezes escorreram de seus olhos no escuro da noite, junto ao colo de sua amada.

Mas um dia ocorreu a fatalidade: Um tombo...uma doença... ele nunca mais seria o mesmo...

O cancêr não afetava sua alma, nem suas esperanças de num belo dia acordar sem mais nada sentir. Olhava seus netos, sua neta e recuperava as forças, pois em cada olhar infantil via o seu esforço de anos valendo a pena.

Sua neta...Sua Princesa... Tinha quatro anos...

Olhava aquele singelo sorriso da criança que brincava em baixo da mesa, via tanto nela, naquele pedaço de gente que lutara pra viver. Sorriu a ela e vagarosamente foi caindo ao chão.

Socorrido por seus filhos e por seu cunhado, deixou sua casa rumo ao hospital. Foi a ultima vez que se viram, depois disso ela só recebia de presente os talheres de plástico bem lavados do hospital.

Até que um dia o presente não veio, a mãe disse a menina:

- Seu vovô tá com os anjinhos, minha princesa...

Depois disso abraçou a menina forte e chorou. A criança, por algum motivo que desconhecia, também chorava.

Foi assim que eu, ainda na infância descobri o que era a morte, assim como o que era perder.

Mas tanto tempo se passou, e eis que aqui estou sempre a lembrar de ti e daquela bela canção que tu tanto gostava.

Lembro você pedindo com voz fraca da cama:

- Aumente o rádio.

Atendendo ao seu pedido o som era aumentado, podia-se ouvir então a canção que falava:

“Eu amava como algum cantor / de qualquer clichê / de cabaré/ de Lua e flor...”

Nunca me esquecerei desta música, assim como tua lembrança vive sempre dentro de mim, lembrança de um tempo em que eu era toda pureza e delicadeza, tempo em que eu sabia encontrar felicidade nas pequenas coisas da vida, como um talher de plástico ou um longo abraço apertado vindo de teus braços que foram sempre tão grandes e fortes para mim.

Sim, você era e é meu grande herói, um herói suburbano que ainda hoje, mesmo com a passagem dos anos, me visita todas as noites em meus mais belos e concretos sonhos.