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quarta-feira, março 18, 2009

ILHADA

Ontem enquanto passeava em meio ao caos tentando voltar para a casa, decidi, ao contrário de todos que me cercavam, relaxar e aproveitar a chuva. Acho que nunca ninguém para e observa a chuva, ela que vem tão graciosa brincar com nossos cabelos e lembrar para nossas roupas que nelas habitam um corpo.
Na falta de ônibus, comecei a andar pela cidade a procura de alguma beleza que fizesse o caos humano ser mais suave. Será que alguém já reparou como são lindas as flores que ficam em frente a prefeitura de Santo André? Elas são tão amarelas e simples que fazem meu coração ficar leve e cheio de simplicidade.
Voltando a minha visita ao caos, dentro do ônibus no qual fiquei por cinco horas me bateu uma solidão tão grande,creio que a tempos não me sentia tão sensivel assim, ainda mais em meio a tanta gente. Mais é ai que está o segredo, se você quer se esconder mantenha-se em um local repleto de pessoas, a chances de te esquecerem é grandiosa.
O fato é que em um dado momento enquanto observava a chuva cair lá fora tive tanta vontade que alguém me chamasse pelo nome, falta de ter alguém para conversar ou mesmo alguém que pudesse brincar comigo na chuva. Estou tão cansada de voar sozinha, queria tanto encontrar um Ícaro corajoso que se atrevesse a voar ao meu encontro para me salvar desse meu brilho vazio, ao mesmo tempo sei que estou tão preparada para amar como para arrancar um dente.
O tránsito vai se empurrando, eu sozinha ouvindo musica no fundo do ônibus e cantando baixo, cantando pra fazer minha alma adormecer e aceitar tanto a chuva do lado de fora como a do lado de dentro.
O pior lugar para se permanecer ilhada é dentro da nossa própria alma.

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