Os cômodos de minha casa não me interessam, são todos quadrados e fechados demais dentro de si mesmos, nem suas janelas os salvam, visto que o sol insiste em não bater na minha morada.
Gosto mesmo do corredor do lado de fora da minha casa, pois somente nele consigo enxergar a luz branca do luar, foi também nele que eu vi meu filho pela primeira vez andar. São tantas lembranças num lugar que serve para passar que esse pequeno espaço se torna parte de mim.
Sua estrutura não é nada charmosa, ao longo dele podem se encontrar algumas rachaduras adquiridas com o tempo, um ramo pendurado em um canto desde a ultima missa de ramos.a lata de lixo e a pilha de jornais marcam presença por lá, bem como os baldes que estão sempre dispostos a limpar as manchas de água deixadas pela chuva e a sujeira e pó que o vento traz consigo. No fim dele talvez o canto mais iluminado de toda a casa, a lavanderia que se abre em mil janelas que sempre deixam a luz do sol entrar. É do final do corredor que também vem a musica, antigamente do estudio do meu irmão, hoje em dia do rádio da minha mãe que sempre ouve musica enquanto passa nossas roupas.
Um lugar sem importância, até esquecido como parte da morada, mas a mim sempre será um local mágico que sempre irá me guardar doces lembranças de muitas pessoas que já passaram por lá.
Porque a gente nunca esquece por onde nossos pés decidem caminhar, os locais de passagem sempre vão me encantar.
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