Nada de muita importância, apenas algo perdido que reencontrei hoje.
Um Início
Ariana pegou papel e caneta e por um instante ficou observando tudo que lhe rodiava. Olhou a casa, as flores, o céu, o sofá, sua mão e ele.... Olhou ele de um jeito tão profundo e puro, pena que ele nem notou e continuou os seus afazeres. Tudo bem, não foi uma olhar para se fazer notar, foi simplesmente um olhar de quem adimira alguém.
Antes de começar qualquer escrito, Ariana sempre realizava esse exercício, como escritora gostava de observar as coisas vivas, das mais simples as mais complexas, das mais insignificantes as mais importantes somente para parecer uma pessoa mais inteligente e sensível em suas letras.
Seria essa uma grande vaidade? Talvez, mas ela preferia encarrar como um simples habito.
Pegou papel e caneta e começou livremente a escrever o que pensava:
Estou trancada em uma grande casa que consegue ser menor que meu quarto, pois nela não consigo sentir-me só. Tudo é tão repleto de tua presença que não posso escapar de ti....e nem o quero.
Gosto de ficar observando a chuva ela sempre me trouxe tanta paz e agora também me trás alegria, pois ao cair enche de vida as flores amarelas. Pois é, acabo de lhes revelar um de meus segredos adoro flores amarelas.
Certa vez até tentei cultivar uma, ela era tão bela, chamava-se amor-perfeito, amarela com uma mancha roxa. Pena que na minha casa não bate sol, logo minha flor murchou e nunca mais quis brotar.
Por isso que essa casa me alegra tanto, nela tem flores, tem bastante luz e eu não preciso ser tão dura para parecer forte e preservar o mínimo de conforto que minha casa sem luz me proporciona.
Sabes, por vezes quando me pego diante de uma profunda reflexão torno-me distante, quase que melancólica. Certamente isto não quer dizer que eu esteja sofrendo ou descontente, somente me encontro dentro de mim mesma transitando por espaços escondidos adquirindo forças para os próximos passos.
Chegará o dia em que voltarei a minha casa e com a aproximação de tal data me preparo para enfrentar o que virá.
Mas por hora me preocupo em observar a chuva, a sentir a paz que é gerada dentro de mim e a sentir tua presença que mesmo parecendo, por vezes, tão distante me faz tão bem, pois me deixas livre.
Dobrou a folha e a colocou de lado, levantou foi até o quarto e deitou-se ao lado dele. O moço curioso perguntou:
- O que era aquilo que estava escrevendo?
- Talvez possa ser o ínicio de um belo conto, mas por hora são só palavras jogadas.
Abraçou o rapaz, beijou-lhe e por instantes esqueceu dos problemas transformando os dois apenas em um casal numa casa iluminada.
Um comentário:
Tão poucas palavras, que descrevem tantas coisas escondidas.
Assim são inúmeros sentimentos que por falta de sentidos acabam também reprimidos.
Entre os sentidos lógicos e não. Algo fundamental a vida, ou simplesmente parte do ego.
Enfim, somente flores claras.
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