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segunda-feira, janeiro 18, 2010

Sujeito Estranho / Meu Estranho

Era um menino estranho, um homem tamanho
Sabia pegar e mais
Era como se a força, como se um redemoinho
Puxasse mais
Era como se a lua que eu trago nos dedos
nos puxasse mais e mais
Era como se não tivesse sido jamais

Oswaldo Montenegro

MEU ESTRANHO

Abriu a porta da frente e saiu andando em meio a chuva, não sabia muito bem por onde caminhar, mais andava com uma determinação nunca antes vista em seus olhos. Visto de longe era um menino confuso, seus passos pareciam ser maiores que suas pernas, mesmo assim ele andava, sem elegância alguma, mais com um caminho enorme pela frente.
Andou durante horas, durante dias, durante anos, até que a chuva de seu interior por um momento parou e ele conseguiu voltar para casa.
Tudo naquelas paredes eram exatamente iguais, nada havia mudado, nada parecia mudar nunca, eram suas paredes de sempre.
Ao se olhar no espelho viu não somente um homem molhado de água salgada, ele viu seus olhos, aqueles que havia esquecido que tinha e isso o tornou diferente e estranho para si mesmo. Tornou-se um homem do tamanho de seus sonhos e foi pela estrada da vida tentar transformar suas tópias em utópias.

Meu estranho, a ti meu eterno carinho e a aposta mais sincera e doce de que um dia você vai parar e encontrar o que tanto procura.


Um comentário:

Bruno Galasse disse...

Já havia lido seu post e, não sei ainda o que escrever...Talvez as coisas que procuramos não sejam deste mundo..
O que sabemos afinal até de nós mesmos, e desse mundão que nos cerca? Dúvidas, caminhadas, suores...é preciso direção...mas, calma, muito calma...
Nem sei o que dizer, sigo em frente e caminho, mas o que será que somos e o que será o ser...
Ser e nada ser, saber que nada se sabe e saber que só, se é apenas o que soa, o que ecoa, nossa sina, sabida sina, é ser só no conjunto para que o eco do ser só, não seja o só de ser eco no mundo.
Beijos.