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quarta-feira, janeiro 21, 2009

Meu Casmurro


"Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é... tudo." MACHADO DE ASSIS


Ao olhar em teus olhos vejo um Bento solitário por opção, um amaldiçoado pela covardia de não voltar atrás e pedir desculpas, ou mesmo de reconhecer suas fraquezas em palavras que não fossem escritas, mas faladas.
Sempre esperei por uma palavra que nos salva-se, mas ela não veio, em seu lugar foi crescendo um silêncio do tamanho do mundo, do tamanho das horas em que nós perguntavamos: estamos certos?
Bento ao olhar para Capitu não conseguia enxergar sua antiga e bela paixão, apenas o horror de uma traição anunciada em seus olhos. Mas será que de fato ela o traiu? Machado deixou sua interrogação no ar em que tu respiravas, inalastes toda essa literatura e chegou a conclusão de que não existia amor, apenas mentira e podridão.
Meu amor, meu Bento, meu casmurro... aqui te chamo de Agib, pois em minhas palavras inventadas cabe o capricho de misturar, Machado a Malba e dizer-te em palavras claras: Sempre irei te amar e certamente, meu maravilhosos companheiro, irei morrer com esse sentimento em mim.
Quando Capitu se encontrou sozinha no exterior, viveu por seu filho e quando este cresceu entregou-se a morte. Não vejo destino mais certo para mim, nem mais belo e literário.
Por hora continuo a viver não por mim, nem por você, mas pelo melhor de nós dois: nosso filho.

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