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domingo, janeiro 25, 2009

Madrugada


Não existe hora mais repleta de beleza do que está em que no meio da noite escrevo com a liberdade de quem os ruídos urbanos não roubam a inspiração.
Engraçado gostar de madrugadas quando na metade delas o que eu mais fiz foi chorar. Lembro-me que foi a madrugada que me despiu dos sonhos com príncipes me mostrando o mundo real e complexo dos homens, por outro lado, foi neste período de tempo que passei as horas mais longas de minha vida descobrindo as belezas da maternidade e de como pode ser belíssima esta responsabilidade.
A madrugada é uma inconstante que transita por dois caminhos: a alegria e a dor.
Por isso ela tanto me inspira, por ser repleta de características humanas, e como eu amo a humanidade mesmo sabendo das dores, das pragas e desilusões. Ainda sim acredito em minha espécie e nunca irei desacreditar.
Nesta madrugada descobri algo interessante: Sou mais velha do que imaginava, sou maior do que eu pensava, sou mais humana do que esperava ser.
Dou graças a madrugada, pois foi ela que recolheu meus sentimentos, guardou minhas lágrimas, me emprestou o silêncio necessário para escrever, me fez sorrir ao admirar rostos amados, por ela me ter emprestado seu tempo para que eu pudesse crescer e nunca me arrepender dos caminhos que pra escolhi.

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