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sexta-feira, maio 06, 2011

O Primeiro Dia de Muitas Vidas



Hoje acordei com um sorriso renovado e com uma nova esperança no olhar, meus olhos que sempre mudaram de cor, hoje acordaram multicolor e olharam para o céu repletos de uma nova esperança.

O reconhecimento da união homo afetiva como estância familiar trouxe nova esperança a minha calada alma revolucionária, bem como me fez perceber os meus preconceitos em relação aos ministros que compõem o Supremo Tribunal Federal. Não deixou de ser bonito meu engano e mais belo ainda foi assistir nesses dois ultimos dias, pessoas que considerava preconceituosas reconhecendo que as mudanças na constituição são necessárias.

Por que tamanha alegria, visto que sou heterossexual?

Simples, nesse Brasil no qual estamos somos todos minorias, e quando uma parcela "pequena" da população conquista um direito básico não deixo de ficar alegre, pois a conquista se torna coletiva e a revolução mostrasse coerente, visto que conquistada pelo bom senso.

Sei que tal decisão pode ser vazia de todo esse encanto que me toma e que pode ser uma decisão unanime por seu caráter de pressão popular. Bem como o racismo é considerado criminoso e ainda tratamos tantos como "neguinhos", assim como a mulher não é mais considerada intelectualmente incapaz e ainda sim continua ganhando salários mais baixos e sofrendo maus tratos.

Vejo a decisão com bons olhos por saber que o seu simbolismo é de uma importância impar na evolução da nossa sociedade. Mesmo com a certeza de que hoje não acordamos menos preconceituosos e que ainda veremos muitas noticias de intolerância contra os homossexuais, não deixo de me alegrar, pois um primeiro passo foi dado e essa conquista ninguém faz nos tirar.

Aos poucos nos libertamos das amarras do passado e reconhecemos que o mundo e as pessoas mudam e isso nunca há de ser ruim.

Por todo o povo brasileiro, que entre milhões de pessoas continuam a ser minorias, olho hoje para os céus e sinto uma felicidade tamanha, pois hoje é o primeiro dia da história das vidas de tantos casais que podem se considerar finalmente livres para amar.

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