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segunda-feira, maio 23, 2011

Armadilha Materna

Acervo Próprio

Quando uso esse espaço para falar do meu filho, sempre acabo passando uma imagem maravilhosa sobre o que é ser mãe. Contudo, como tudo na vida a maternidade tem dois lados e, por vezes, as coisas se complicam, a gente acaba se frustando tentando cometer o menor numero de erros possiveis . E quando se é mãe e pai ao mesmo tempo essas dificuldades aumentam, não que eu não receba nenhum tipo de ajuda na criação do meu pequeno, muito menos me acho melhor que as mães casadas, mas ,as vezes, estar sozinha diante de uma criança é algo assustador, pois te faz ser o exemplo e o carrasco ao mesmo tempo sem folga para um lado só.
Por que iniciei essa discussão? Por um simples fato que esta me incomodando, meu pequeno esta demonstrando uma aversão imensa pela escola, desde o levantar ao ter que voltar na segunda-feira está fazendo ele peder cada dia mais o entusiasmo por este espaço. Sei que ele não esta tendo problemas na escola, já conversei com a professora que disse que tudo esta bem, já o questione sobre possíveis inimizades que possam fazer ele se desinterresar, mas nada, ele conversa e se relaciona bem até demais com seus amigos.

Depois de tanto investigar e fazer perguntas sobre o espaço escolar, decidi mudar de foco e fui analisar o que eu, enquanto mãe, estou fazendo para que isso aconteça. Quando estavamos brincando no quarto perguntei:


- Nick, por que você não gosta da escola?


- É porque toda vez que eu estou lá eu fico longe de você...


Pois é, essa é a grande armadinha pela qual algumas mães solteiras passam. Ao mesmo tempo em que me sinto bem com o fato do meu pequeno gostar tanto de mim, sinto também que preciso fazer algo para que essa necessidade de estar ao meu lado em tempo integral passe, afinal, não crio o meu filho para mim, muito menos acredito na existência da terra do nunca, sei que o meu menino tem que crescer e se desapegar tanto de mim, mas a situação não deixa de ser desconfortável. A certeza de que vou frustrar ele faz meu coração doer, mas a necessidade de fazer isso para que ele entenda que a vida nem sempre pode correr do jeito que desejamos é maior. Prefiro sempre ser o carrasco para que no futuro ele tenha motivos para me agradecer.

Costumo comparar o momento do parto com uma mutilação, pois arrancamos a melhor parte de nós e jogamos no mundo para que ela cresça independente dos nossos desejos, e nesse momento sinto mais uma vez a dolorosa contração de saber que a cada empurrão rumo a autonomia que eu der no meu pequeno o afasta fisicamente de mim, mas se esse ato fazer com que ele possa crescer, já me sinto mais feliz mesmo em meio a tamanha confusão.

Um comentário:

"PoetaLuar." disse...

Pessoa, gostei do tom de teu blog, um lugar maravilhoso... E quero vê-lo, com toda atenção que merece.
Porém, senti por não poder segui-la..

Abraço