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sábado, setembro 04, 2010

Calma


Acordou em meio a madrugada sentindo ao seu lado a presença de um alguém, contudo estava como sempre sozinha, ao seu lado apenas lembranças passadas que fizeram ela despertar com vontade de ter o que já não possuia.

Estava calor, por isso ela se levantou e caminhou até a cozinha a procuro de água e enquanto abria a geladeira, novamente aquela sensação de companhia voltou a invadi-la. Estranhou seu estado de nostalgia, mas logo pensou:

- Deve estar precisando de um abraço.

Mas quem precisava dela? Isso ela não sabia dizer...

Voltou para cama, deitou novamente em meio ao escuro e enquanto olhava para o teto pensou nas imagens que guardava de alguns momentos de tertura, contudo estava há tanto tempo sozinha que se acostumou a solidão,tanto que acabou transformando todas suas lembranças em flashs borrados que não lhe diziam nada, pareciam cenas roubadas de um filme antigo e desconhecido aos seus olhos.Ao perceber tal falta de lembranças pensou:
- Triste... Nenhuma imagem para recordar...
Uma lágrima quis brotar de seus olhos e foi justamente nesta que aquela sensação de companhia lhe invadiu por mais uma vez. Imeditamente fechou os olhos para ver se conseguia tocar o seu companheiro invisivel, de olhos bem fechados esticou a mão e conseguiu acariciar o rosto do homem que chorava ao seu lado.
Somente quando o tocou foi que se lembrou de que lugar do passado ele vinha se arrastando a procura de um abraço. Esticou seus braços e, num gesto de carinho, levou sua cabeça ao peito para que ele sentisse toda a calma e carinho guardados dentro deles.
Ao sentir mais uma vez o perfume da mulher, seu toque, calor e carinho, ele se recuperou e finalmente dormiu sabendo que existem sentimentos maiores que a razão, que ultrapassam tempo e espaço sempre para dizer que quando se acredita em alguém de verdade não é preciso ter para mostrar que a vida pode caminhar parelelamente, basta que os dois lados possam assim acreditar.
Acordou no dia seguinte sozinha em sua cama, porém quando abriu a janela deixando o primeiro vento matinal entrar notou que nem mesmo sua solidão poderia acabar com aquela doce calma que em seu peito veio morar. Finalmente tinha chegado a hora de transformar suas mágoas em doces lembranças que fariam seu coração caminhar cada dia mais no caminho do perdão, perdoaria toda a dor passada por saber que não havia outro meio de se deixar crescer.
Agora não seria mais um botão bem guardado, era flor magnifica a perfumar o ar com o doce cheiro da menina que se tornará naquele mesmo instante mulher.
Estejas sempre bem, hoje, amanhã e em todos os dias de sua vida, doce lembrança de meu tempo de criança.

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