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quinta-feira, junho 11, 2009

Passado

Em meio a noite fria, minha solidão se espalha pelo quarto, entra pelo meu lençol, sobe minhas pernas e vai parar no meu peito.
Não é a falta de companhia o que me castiga, são as marcas que deixaram no meu corpo que me causam essa aflição. Sinto-me como uma escrava marcada a ferro pelo seu senhor , um severo dono chamado tempo.
Por estes dias o passado bateu a minha porta e me deu um abraço tão terno que parecia a morte a roubar mais uma alma.
O que devo sentir? Ódio, Saudades, mágoa? Não sei dizer...
Tudo o que sei é que não adianta fugir, ele sempre vai vir me buscar, ele me transformou na mulher que hoje sou e eu não posso negar que gosto de ser assim: menina, carente, objetiva, forte. O tipo de mulher que nunca sai sem deixar marcas,
Sou um ferro em brasa, não nego, mais tudo o que espero é alguém que eu possa marcar sem me machucar, pois para obter este poder sempre me atiro no meio do fogo.
É por isso que nestas noites frias e solitárias sinto tanta dor, são as marcas das chamas que já passaram pelo meu corpo e se foram. Espero uma mão bondosa que acaricie essas marcas e se deixe envolver por alguém que simplismente deseja viver a intensidade de todos os momentos e sentimentos.

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