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sábado, maio 30, 2009

No Portão

Era noite, tudo estava gelado e calmo, a sua volta somente o corpo permanecia quente debaixo de suas roupas. Caminhar pela madrugada sozinha já fora um vicio agora era cada vez mais dificil se dar ao luxo de não pensar.
Pensar...Tudo começou com a primeira pergunta de porque sem resposta e desde então sua vida nunca mais foi a mesma e seu caminhar nunca mais foi tão suave.
Chegando ao portão de sua casa não teve coragem de entrar, por um instante encostou na parede da casa vizinha e ficou observando a noite, tudo estava tão escuro e nublado, o céu parecia uma grande massa cinzenta que a mergulhava num mundo estupidamente escuro e sem vida. Não havia lua naquela noite, nem luz, nem esperança... Apenas o vento e sua solidão.
Em pé no portão ela se lembrava de um rádio, alguns sorrisos como também momentos de lágrimas, beijos insignificantes entre outros cheios de sentido,a lua brilhando num céu estrelado infinito, um rosto perdido, esquecido.
Como diria Neruda: "Tão curto o amor e tão largo o esquecimento..."
Por fim, chorou sentada sozinha por todo o seu passado, por todo seu presente. Quando, por fim, se acalmou, abriu o portão e entrou abrindo caminho para o seu futuro.

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