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segunda-feira, julho 04, 2016

Menina Voa

Fonte: Google Imagens

In Memória de Dayana Santos
13 de Junho de 2016

E lá vai ela, sorrindo, brincando entre as estrelas desfilando no seu. Mas esse vazio que fica em meio a noite fria só por hoje vai doer, e doendo vai me fazer lembrar das meninas brincando enquanto a gente crescia....
A beleza da boneca, tão bela com olhos castanhos cheios de vida, sempre foi uma das mais lindas meninas a desfilar na estrada da minha vida.
De ti sempre vou me lembrar da bela moça a passear, vivendo a vida na intensidade de quem sempre lutou por mais um brilho em seu caminho. E como a vida te fez brilhar, tanto que germinou deixando a todos a mais singela flor, herdeira dos teus olhos vivos, castanhos e brilhantes.
Vai menina, voar nesse céu, vai de encontro a Deus. No caminho não se esqueça de levar minhas letras para apresentar aos meus amigos poetas, virando a esquerda sei que os encontrará. Depois continua o teu caminho e lá de cima, serena vai sorrir e brilhar, sem dor, sem sofrer, menina vai descansar, vai longe ser o que só você sabe ser: luz pura a irradiar a noite de nossas vidas.


Por que Me Julgas? Sobre a Maternidade que Não lhe Interessa

Ser mãe...
Mãe que é pai, solteira, trabalhadora, casada, do lar. A maternidade te dá a opção de escolher ser tudo, menos não ser mãe.
- Deu porque quis.
- Não queria, não abrisse as pernas.
- Você estragou minha vida.
- Nossa, não conhece pílula (camisinha).
- Você vai estragar sua vida...
- Parabéns!
E assim nascem as mães, diante da incoerência, ou mesmo do involuntário medo que lhe dá de tantas mudanças em seu corpo que te assusta,  mas mesmo assim você continua sorrindo feliz, afinal, ser mãe é padecer no paraíso... O paraíso dos potinhos de conserva que servem somente como recipientes para a criação da vida de outro ser, que mesmo quando não pode ser considerado humano parece ter mais direitos que você.
Dai chega o belo dia em que a criança nasce...  Na cabeça da mãe o medo de saber se vai conseguir ser uma boa mãe, o desespero de saber se somos ou não capazes de tomar conta de uma vida que não nos pertence, mas pela qual somos responsáveis. Mesmo assim continuamos a seguir com a criança no colo, mudando nossa vida radicalmente porque esse é o nosso dever e nossa obrigação.
Mais é uma benção a visita depois que saímos da maternidade, no caso do primeiro filho:
- Meus parabéns.
- Filho é benção.
- Você nunca vai sentir amor tão verdadeiro.
Mas se acaso você teve a infeliz ideia de ter mais um filho.
- Que lindo, quando vai operar?
- Muito fofo, mas dois já tá bom né?
- Mais que belezinha... Hoje em dia é difícil criar mais de dois filhos, né?
Se você tem mais de dois filhos então.
- Essa é louca.
- Deve estar tentando ganhar uma bolsa família.
Não bastasse o julgamento eterno, se você é mãe você perde o direito de defender aquelas mulheres que escolheram não ser mães, se você defender o aborto então, certeza que é uma puta que maltrata os filhos e deixa a avó ou qualquer outro estranho criar. Se você abandona a criança com o pai, imediatamente ele se torna um santo e você a grande puta sem coração que abandonou sua cria.
Tem sempre aquelas que nada sabem da maternidade senão a ideia, a teoria, e mesmo assim insistem em julgar a mãe solteira, a mãe que defende o aborto, entre outras pautas que uma boa mãe não deve exercer. A essas mulheres apenas minha solidariedade e desejo que um dia evoluam e consigam enxergar além de suas próprias expectativas e posa desenvolver a empatia necessária para se viver em sociedade.
Toda vez, caro leitor(a), que você tiver a necessidade de falar sobre maternidade, pare, analise a consideração que vai fazer, e se não tiver certeza que sua liberdade de expressão não prejudica a liberdade do outro, pode falar, pois assim, certamente, será  somente a sua opinião.
Fonte de Imagem: Acervo Próprio

domingo, julho 03, 2016

Na Madrugada

Fonte de Imagem: Advanced Photoshop

26 de Junho de 2016

Seria estranho se eu te contar que durante a madrugada eu posso dançar com a escuridão?...
A falta de luz em mim tem me deixado negra e sem palavras, logo sinto como se eu não tivesse mais vida, por isso penso com frequência no fim que nunca vem e nas letras que não mais escrevo.
Mas essa madrugada.... Ah, a madrugada! Essa vadia gelada que me deixa louca de vontade de gritar e acordar o mundo cantando canções que eu mesma inventei. Porque só nas noites frias tenho tanta vontade de ficar nua e dançar em roda, como quem invocasse seus espíritos ancestrais.
Não sou louca, sou sabia de coração, vivo segundo a coerência do amor, logo se eu não te faço sentido, certamente é porque não te amo, sendo assim você não é ninguém para mim.

- Mas ela sempre escrevia o que sente, e se agora pouco escreve, deve não sentir mais nada. - diz sorrindo a alma de quem não se cansa de me guardar no canto do olho, naquele escuro onde ninguém me vê.
Se hoje não escrevo é porque aprendi a falar, e mesmo que ainda viva nessas madrugada frias em que a insônia me transforma em ninfa e ficou voando por meus mundos imaginários, hoje minhas palavras e voz não pertencem a mais ninguém além de mim, E mesmo com a cabeça a mil, com o pesar nos ombros de quem quer abraçar o mundo em finos braços, tenho tantos motivos para sorrir com a força de quem nunca vai desistir de viver intensamente tudo o que tiver pra se viver.
Antes de morrer tenho muito ainda por fazer, muitos cabelos negros para embranquecer, muito batom vermelho para me embelezar, muitos dias na vida para te amar.
Mais nessa madrugada fria, essa ingrata e gélida noite, desejo apenas ser a bailarina que um dia deixe desiste de ser, dançar no espaço de teus braços, trazendo calor a sua existência, delicadeza para tua triste, porque a vida, meu amado, sempre
valerá a pena.

Por Um Momento

Fonte de Imagem: Obvious

In Memória a Ana Silva,
02 de Julho de 2016
Ignorei a minha dor, deixei de lado meu sangue, peguei nos braços meus sentimentos e por um instante chorei tua ausência....
Quem eras tu pra mim? Quase desconhecida. Que eras tu para meus amores? Parte de uma vida...
Sou dotada de empatia e por conseguir sentir o sentimento alheio, choro tua ausência nessa noite fria onde o ar gelado me faz sentir que estou viva o que só aumenta minha dor.
Vai com os anjos, vai em paz. Busca no horizonte do desconhecido não perder o teu sorriso que mesmo apagado sempre será lembrado. Segue o céu de teus ideais, vai de encontro a tua paz, pois chegou o final da tua dor.
Vai alto virar lembrança, aos que ficam a esperança de como você conseguir sorrir até o dia em que partir seja a única alternativa. Eterniza, enraíza, vai morar no mundo da paz, não sentirás dor nunca mais. Eis o consolo final a todos os que te amaram em vida. Vai, Ana, descansar de tuas batalhas em sua merecida paz.