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domingo, dezembro 12, 2010

O Poço


ATIBAIA - 2010

..Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas
E não anda
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas...
Minha Casa- Zeca Baleiro

Não, eu não quero acordar e enxergar a escuridão interior do poço, eu quero olhar para cima e sentir o vento batendo em meu rosto, quero escalar suas paredes para que a cada passo eu possa perceber que as estrelas começam a se aproximar de mim.
Por maior que seja minha dor, nunca vou me entregar, quero descobrir a beleza que existe além do que eu posso perceber, além de tudo o que já vivi. Quero saber agradecer por cada flor que eu conhecer no mundo real, e mesmo que eu me fure em alguns espinhos, quero ter a sabedoria de não destruir suas delicadas petálas acabando com sua existência de alguma flor, antes sou capaz de rega-las com minhas lágrimas para que elas se tornem eternas em mim.
Quero viver num jardim real, aceitando os aromas e texturas, quero sentir a terra debaixo dos meus pés marcando meu caminho rumo a uma direção desconhecida que eu escolhi trilhar. Porque sempre fazemos planos para nossas necessidades básicas, mas nunca seguimos um caminho reto em busca de conquistas pessoais, sempre existira o imprevisto e a necessidade de replanejar, recomeçar e caminhar.
Por mais que a vida me faça senitr dor, eu não vou voltar para o poço e viver imaginando como seria o mundo real. Mesmo que me digam que é mais fácil acreditar na morte de tudo em que eu agora acredito, nunca desistirei de seguir acreditando que se aceito o real tudo sempre vai valer a pena, por ser verdade, intensidade, realidade.
O unico escuro que quero aceitar é o que fecha meus olhos todas as noites para me fazer sonhar, agradecendo por tudo o que já passei e por tudo o que ainda vou passar. Porque a vida é isso, um caminhar nostalgico entre flores com espinhos.

Um comentário:

Bah disse...

Adorei o post... vi que tirou em Atibaia... minha família é de lá... adoro aquela cidade...

Kisu!