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segunda-feira, abril 05, 2010

Tempo de Mudanças


Porque o Ipiranga não me faz lembra apenas de história e cultura, ele me traz recordaçõs de alguns momentos da minha vida que são como retalhos de recordações que me fazem ser o que hoje sou.
Foi enquanto passeava em seus jardins que tentava aceitar novamente minha condição de paciente, lutava contra um fantasma passado que se fazia presente, uma doença que era misteriosa e certa em minha vida. Retirava forças do fundo do meu ser para reiniciar uma batalha da qual eu tinha acabado de sair achando que tinha vencido uma guerra. Pobre de mim, pois retornava ao campo de batalha pela terceira vez.
Foi também no Ipiranga que num certo dia 09, eu adimirava da sala de cirurgia as árvores ao longe no parque. Ao dar a luz experimentei o amor verdadeiro pela primeira vez e ao olhar nos olhos de meu filho foi que aceitei um novo futuro que eu não sabia onde iria me levar, só tinha em mim a certeza de que apartir daquele dia a minha vida nunca mais seria a mesma. Me orgulhava de mim mesma pela força que demosntrei quando todos ao meu redor, preocupados, esperavam uma queda, mas eu mostrei ser mais forte e determinada do que podiam imaginar, dei vida e fiz minha vida mudar.
Anos depois estava de votla novamente ao Ipiranga, tinha acabado de sair de uma consulta com o Neurologista e em seus jardins eu chorei, chorei um choro de dor de quem se despede de uma etapa, de um sonho. Na minha cabeça as palavras.
- Eu não te amo...
Um velhinho que me olhava de longe, se aproximou de mim e me ofereceu uma bala, eu peguei,, enxuguei minhas lágrimas e sorri. Enquanto o doce adoçava meu paladar decidi que aquele seria um tempo para recomeçar. Enxuguei novamente minhas lágrimas e voltei para a minha velha casa que sempre estaria de braços abertos para mim. Foi dificil, mais não impossivel sufocar a dor em busca de dias melhores a vir.
Agora estou eu aqui novamente, adimirando essa paisagem e com uma questão na cabeça, nova decisão a tomar. Nos meus ouvidos as palavras de uma gentil doutora que me diz:
-Você vai diminuindo o rémedio aos poucos até parar de vez.
A possibilidade de viver uma vida normal sem meu fantasma em comprimido todos os dias as 8H00 da noite me dava um certo frio na espinha, um pouco de contentamento e felicidade, em outro ponto de insegurança por já ter guardado anteriormente esperanças que se acabaram um ano depois.
- O que devo fazer? - perguntava a paisagem bucólica sem ouvir nenhuma resposta.
DEpois de refletir por um longo tempo decidi:
- Vou tentar, se a vida é para frente eu não tenho o que temer, quem não se arrisca não evolui e eu não quero perder os meus sonhos por medo.

Tirei essa foto e sai correndo para mais um dia de trabalho, para mais uma tarde de vida onde eu poderia subir mais alguns degraus até o topo de mim.

2 comentários:

Bah disse...

Ser mãe deve ser maravilhoso. Fico tanto esperando o momento e na verdade, ele não existe. Se esperarmos pra acontecer, nunca chega realmente a hora. É o que todos me dizem. Vc sofre de alguma doença?

Kisu!

Leticia Brito disse...

Ser mãe é realmente algo magnifico.Na vida a maternidade é o setor onde eu mais me realizo.
Quanto a doença sofro de epilepsia,contudo a anos não tenho nada, por isso a mudança, que ela venham então.