Páginas

segunda-feira, agosto 29, 2011

O Livro

Á Graça Graúna

Ganhei um livro...

Mais um amontoado de palavras ao longo de várias páginas para minha coleção. Ele cheira a novo, novidade, ele agora faz parte daquela beleza escondida que eu consigo enxergar na minha estante a todo instante em que resolvo me entregar a um novo mundo que as páginas dos livros sempre me trouxeram.

Sou agora sorriso, alegria, emoção, afinal, um livro é sempre uma passagem só de ida em busca do conhecimento. Além disso, eles sempre serão parte do que sou e do que me faz sentir feliz.

Ele tem cheiro de novo, não de fumaça, ele é quente de carinho e não de fogo, um simples livro vem me traze o reinício de uma biblioteca repleta de sonhos que um dia perdi. Nela tinham livros já lidos, alguns não visitados, em meio a eles tantos trabalhos que na infância escrevi. Eram dicionários, livros de literatura, religiosos, sociológicos, de poemas, infantis, cartilhas, cartas. Eram livros dados, roubados, comprados, eram todos meus e agora não são mais nada além de poeira e carvão.

Quando ganhei um livro e fui chamada de forte, senti as lágrimas dentro de mim com uma forte vontade de sair, lembrei do primeiro livro que consegui ler, daqueles que ganhei e gostava da capa, dos que me emocionaram, dos que me entediaram, de todos que meus olhos e mãos já tocaram. No momento em que fui chamada de forte, sentia-me tão fraca, com uma fraqueza própria da criança que ganha um presente a muito esperado.

Ganhei um livro, ganhei meu primeiro brinquedo, ganhei o recomeço de uma biblioteca de sonhos que num dia triste perdi, mas que a vida irá me trazer novamente, exemplar por exemplar, pois tenho a vida inteira para empilhar meus sonhos numa estante que será doada um dia, como herança de histórias para o meu filho.

Ganhei um livro e com ele um motivo para sorrir, sempre.

2 comentários:

Priscila Zanetti Araujo disse...

Lendo esse texto lembrei de nós duas na cozinha daquele 27 andar, e você me contando quando viu o Nick pela primeira vez. Adorei o texto, realmente cheio de sentimento.

Leticia Brito disse...

Pois é, uma boa recordação daquele inferno todo, heim,Pri.
Tenho um amigo que diz que adora me ouvir narrando histórias porque me empolga tanto que faço a pessoa viajar comigo, rs.