mas bem sabia reconhecer os seus encantos e seu poder.
Era uma mulher sem exageros, simples como um dia calmo
e forte como o vento de outono.
Seu corpo assemelhava-se ao de uma criança pelas curvas discretas,
mesmo assim orgulhava-se de ser mais mulher do que sua imagem representava,
dava graças por ter dado vida a um ser tão pequeno e perfeito e de poder
mesmo com seus pequeninos seios alimentar e fazer crescer uma criança.
O dia em que pediram para ela se olhar no espelho, aceitou prontamente o desafio.
Em uma madrugada um tanto quanto gelada parou em frente ao espelho e contemplou
sua imagem, qual não foi sua surpresa ao sentir que estava sorrindo, que aos poucos
um estado de euforia tomava conta do seu ser, este tão dono de si que ao olhar-se pensou:
- Sim, sou belo do jeito que sou.
Ao final do exercicio sentiu-se ridicula por ter em outros tempos desejado ser diferente do que era, por ter sonhado com detalhes esteticamente belos e futeis.
Aos vinte e dois anos descobriu que poderia envelhecer tranquilamente,pois aceitava-se como o tempo a havia feito, sem artificialidades e rodeios, apenas pura e simplesmente mulher.
Um comentário:
Boas considerações sobre ti mesma. Por vezes há um poder absoluto por trás destes olhos que mal se consegue notar mesmo que diante do sol.
De fato, parabéns.
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