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quarta-feira, outubro 19, 2011

Única

Dia de amar seu corpo

Porque ao olhar no espelho me sinto unica e isso nenhum padrão ou tempo vai levar de mim, porque aprendi que para ser mulher não preciso ter medo das minhas peculiares transformações, antes preciso aceitar que o mundo é composto de mudanças e como ele, certamente, sempre estarei em constante transformação.
Sou uma mulher que pode se declarar, quase dentro dos padrões de beleza impostos pela mídia, não fossem alguns pequenos detalhes como a ousadia de permanecer com os seios tamanho 40 quando a tendência é 48 para cima. Uma mulher que não deixa de ser vaidosa, mas que não se intimida ao ser pega dormindo só de camiseta, alguém que na preguiça do dia não penteia os cabelos e não fica nervosa com isso, visto que meus cabelos são lisos e não importa o que eu faça eles sempre serão assim, que come sem pensar na dieta, visto que sempre fui magra e mesmo que com o tempo ganhe novas formas, certamente não irei ligar. Sou uma mulher que no mundo do silicone, cirurgia, botox e tintura, continuo natural sem nenhuma melhoria ou retoque para chamar a atenção.
Gosto de viver intensamente minhas mudanças, quando grávida adorava me admirar no espelho, notando que a cada novo dia eu já não era a mesma, hoje, cinco anos depois, começo a mudar um pouco, e como gosto de analisar minhas mudanças, pois todas denunciam apenas um fato: Continuo vivendo.
Uma coisa que me desagrada é, não somente ser encaixada no padrão de beleza, como também ter que carregar a imagem da mulher moderna nas costas. Não me acho especial por trabalhar, cuidar do meu filho, estudar e dar conta de fazer alguns serviços domésticos. Creio que isso só me torna um ser humano como tantos outros sejam homens ou mulheres, gordos ou magros. Temos que trabalhar para viver.
Gosto de ter a companhia de um parceiro ao meu lado, não um simples namorado ou marido, isso é coisa fácil de se conseguir, mas de ter um companheiro desses que sempre vou apoiar e na mesma medida serei apoiada. Como mulher gosto de ter um amor sereno, mas em respeito ao meu corpo gosto de sentir a força e a intensidade dos meus desejos. Isso não me faz uma mulher de pouco respeito, apenas me faz sincera ao admitir que eu tenho o direito de sentir e não somente de me deixar guiar.

Creio que o dia de amar o corpo e feito não somente para celebrar o orgulho por nossas curvas e nossa força, antes serve para mostrar que todas, independente de nossas formas, nascemos com o direito de se olhar no espelho tendo a certeza de que não somos apenas objetos de desejo, antes sentimos desejo e procuramos viver em paz. A maioria de nós não tem a ambição de vender cerveja ou de permanecer pela eternidade jovens, queremos apenas viver em paz sem ninguém para nos dizer como deveríamos ser.

QUE POSSAMOS EXERCER O DIREITO DE SERMOS ÚNICAS.

terça-feira, outubro 18, 2011

Medo

Fonte: danseMacabro


Qual é o seu maior medo? Ter que assumir quem eu realmente sou.
Tinha medo de dormir, pois achava que cada hora de sono era uma aproximação de sua morte, outro temor era ficar sozinha, por isso sempre sorria e procurava estar com alguém ao seu lado.

Mas qual era o sentido daquela vida, tão limitada e dependente do carinho de outros? Até onde aquela podia ser considerada uma boa forma de se considerar viva?

- Desde que eu respire e todos gostem de mim, sei que sempre serei feliz.

Não, seu mau nunca foi ter beleza, antes era confiar que somente isso poderia fazê-la feliz. Quando criança, ser bonita sempre dera certo, porque a vida adulta também não podia ser mais suave?

Crescer, minha menina é mais duro que isso, por isso que todas as noites, quando Morpheu se esgueirava até sua cabeceira, sentia calafrios e tentava não dormir, pois sabia que não tinha a capacidade de sonhar, tudo o que conseguia ter eram pesadelos, tão duros e tortuosos que todas as madrugadas acordava gritando e chamando por alguém que a socorre-se. o fato era que não tinha ninguém quando mais precisava se via sozinha e entre lágrimas escolhia sua melhor roupa para no dia seguinte tentar ser feliz.

- Morpheu, meu caro irmão, não gosta dessa menina? - Perguntava a morte desconfiada como sempre.

- Ao contrário. se pudesse fazia ela dormir eternamente para sempre ter ela em meus braços, mas o fato é que não posso dar belos sonhos a quem não sabe o que fazer com eles.

E assim, imaginava a menina, Morpheu também era um dos homens que a amavam, que com ela sonhavam e queriam viver, o fato é que de tanto esperar o príncipe encantado e não dormir bem, acabou por morrer sozinha. A Morte quando a encontrou arrastou-a sorrindo dizendo:

- Esse é só o inicio do seu eterno pesadelo.

E você do que tem medo? Se é de ficar só nunca pareça muito feliz, as pessoas podem realmente acreditar em ti.