Páginas

sexta-feira, setembro 28, 2012

O Farol, ou Sobre Como Sempre Acreditar em Nossos Filhos


Ter a responsabilidade de uma vida em nossas mãos é sempre temer, mas nunca deixar que o nosso amor incondicional sufoque nossos filhos fazendo com que eles nunca cresçam para a vida.
Observo meu pequeno, hoje com seis anos dormindo e consigo ainda me lembrar de quando eramos um e eu sonhava com o dia de conhece-lo, me lembro também do dia de seu nascimento, de todas as noites em claro acalentando ele em meu peito e dizendo: - Calma, a mamãe esta aqui.  E quando ele finalmente se acalmava e se aconchegava em meus braços podia sentir sua respiração tranquila, então, antes de coloca-lo no berço lhe dizia: - Não se esqueça, mamãe te ama muito. - e beijava sua face.
Até hoje faço isso, contudo consigo ver que meu filho não é mais o mesmo daquelas noites passadas, a cada dia que passa ele cresce e aprende algo novo, vejo ele caminhar para uma assustadora independência conquistada a cada novo dia. Lembrar da criança desprotegida de antes observando a criança curiosa de agora que ousa perguntar e tudo quer conseguir fazer sem o apoio de ninguém me dá um certo medo, mas deixar crescer é isso mesmo, saber que desde a primeira separação, quando, de um nos tornamos dois, cada dia mais você precisara menos de mim e tudo que posso fazer é te apoiar dos bastidores torcendo para que a vida te seja intensa, mas um pouco mais tranquila do que foi o meu crescer.
Sei que um dia ao ver você transformado em um homem vai me trazer imensa alegria de lembrar que quando você aprendeu a andar eu estava do teu lado, morrendo de medo que levasse um tombo, mas orgulhosa te soltando para que através do seu esforço pudesse aprender a caminhar com teus próprios pés. Vai crescer na vida, meu menino, enquanto isso eu vou sempre te iluminar com a luz desse grande e puro amor que nasceu quando lhe conheci.

Hoje a vida vem aumentar a minha luz, para que eu possa manter a distância necessária para lhe fazer feliz e para trazer felicidade a uma nova vida que se anuncia dentro de mim. Que venha ao mundo com os mesmos olhos curiosos e serenos que um dia conheci, mas agora com a maturidade de um amor puro que já sabe como e porque existir. Afinal, esse novo clarão não será um recomeço ou abandono do que já tenho, será apenas uma nova realidade, um novo motivo para sentir medo e por quem crescer, para que um dia ao envelhecer eu possa encontrar o descanso eterno sabendo que deixei minhas marcas pelo mundo, marcas essas que darão frutos e vão fazer sua própria luz brilhar em direção a essa doce certeza chamada VIDA.