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sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Mulheres


São todas umas loucas essas mulheres
Em horas lhe amam, em outras querem lhe matar
Tem dias que o sorriso é largo em outros só querem chorar

Como sofrem as mulheres
E quem já não sofreu com uma?
E quem já não sofreu por uma,
sem entender o que aconteceu?

Mulheres olham para o Céu e pensam em poesia
Enquanto outras em meio ao escuro
Amaldiçoam suas próprias vidas

Essas tolas buscam por companhia
Mas ao primeiro impulso
Fogem de nossas vidas sem dizer adeus

Mais fácil é a fulga do que a compreensão,
Tão melhor e fazer-se ausência para sempre ser presença
nos tolos sonhos utópicos masculinos

Mulheres...essas tolas criaturas
Que cometem mil loucuras
E não sabem se explicar

Um dia eu entenderei as mulheres
um dia eu vou me compreender
E neste dia não hei de temer
Não ser o centro das atenções


Amor Perfeito


Eu fiquei nua aos teus olhos
Me desfiz de todas minhas vaidades
Mostrei meu lado feio (meu verdadeiro)
Fui-te inteira, não metade

Tudo agora está tão calmo
Posso tocar o infinito
Imaginar-me no paraiso
De coisas possíveis e impossíveis

Amor perfeito
Tem dias que eu te amo
Em outros eu te odeio
Tendo a certeza de que somos verdadeiros





quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Rascunho

Tão incostante como um nó, não quero saber de viver em linha reta e entre minhas palavras incertas faço poesia como quem toca as estrelas.



sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Sábias palavras roubadas

Aos olhos dos meus leitores deixo um texto de Lya Luft, belas e sábias palavras, vale a pena ler:

O CASAL PERFEITO - Por Lya Luft

A solidão dos homens tem a medida da solidão de suas mulheres. Isso eu disse e escrevi e repito em dezenas de palestras por este país afora. Aí me pedem para escrever sobre o casal perfeito: bom pra quem gosta de desafios. O casal perfeito seria o que sabe aceitar a solidão inevitável do ser humano, sem se sentir isolado do parceiro ou sem se isolar dele? O casal perfeito seria o que entende, aceita mas não se conforma, o desgaste de qualquer convívio e qualquer união? Talvez se possa começar por aí: não correr para o casamento,o namoro, o amante (não importa) imaginando que agora serão solucionados ou suavizados todos os problemas a chatice da casa dos pais, as amigas ou amigos casando e tendo filhos, a mesmice do emprego, chegar sozinha às festas e sexo difícil e sem afeto. Não cair nos braços do outro como quem cai na armadilha do "enfim nunca mais só!", porque aí é que a coisa começa a ferver. Conviver é enfrentar o pior dos inimigos, o insidioso, o silencioso, o sempre à espreita, o incansável: o tédio, o desencanto, esse inimigo de dois rostos. Passada a primeira fase de paixão (desculpem, mas ela passa, o que não significa tédio nem fim de tesão), a gente começa a amar de outro jeito. Ou a amar melhor; ou, aí é que a gente começa a amar. A querer bem; a apreciar; a respeitar; a valorizar; a mimar; a sentir falta; a conceder espaço; a querer que o outro cresça e não fique grudado na gente. O cotidiano baixa sobre qualquer relação e qualquer vida, com a poeira do desencanto e do cansaço, do tédio. A conta a pagar, a empregada que não veio, o filho doente, a filha complicada, a mãe com Alzheimer, o pai deprimido ou simplesmente o emprego sem graça e o patrão de mau humor. E a gente explode e quer matar e morrer, quando cai aquela última gota pode ser uma trivialíssima gota e nos damos conta: nada mais é como era no começo. Nada foi como eu esperava. Não sei se quero continuar assim,mas também não sei o que fazer. Como a gente não desiste fácil, porque afinal somos guerreiros ou nem estaríamos mais aqui, e também porque há os filhos, os compromissos, a casa, a grana e até ainda o afeto, é preciso inventar um jeito de recomeçar, reconstruir. Na verdade devia-se reconstruir todos os dias. Usar da criatividade numa relação. O problema é que, quando se fala em criatividade numa relação, a maioria pensa logo em inovações no sexo, mas transar é o resultado, não o meio. Um amigo disse no aniversário de sua mulher uma das coisas mais belas que ouvi: "Todos os dias de nosso casamento (de uns 40 anos), eu te escolhi de novo como minha mulher". Mas primeiro teríamos de nos escolher a nós mesmos diariamente. Ao menos de vez em quando sentar na cama ao acordar e pensar: como anda a minha vida? Quero continuar vivendo assim? Se não quero, o que posso fazer para melhorar? Quase sempre há coisas a melhorar, e quase sempre podem ser melhoradas. Ainda que seja algo bem simples; ainda que seja mais complicado, como realizar o velho sonho de estudar, de abrir uma loja, de fazer uma viagem, de mudar de profissão. Nós nos permitimos muito pouco em matéria de felicidade, alegria, realização e sobretudo abertura com o outro. Velhos casais solitários ou jovens casais solitários dentro de casa são terrivelmente tristes e terrivelmente comuns. É difícil? É difícil. Duro? É duro. Cada dia, levantar e escovar os dentes já é um ato heróico, dizia Hélio Pellegrino. Viver é um heroísmo, viver bem um amor mais ainda. O casal perfeito talvez seja aquele que não desiste de correr atrás do sonho de que, apesar dos pesares, a gente, a cada dia, se escolheria novamente, e amém.